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Excluídos
Excluídos por um mar
Um mar que nunca vai acabar
E um mar que só sabe apontar!

Nesse mar há uma estrada
E a estrada tem uma luz
É difícil de conduzir
Será que alguém a conduz?


E ficamos então,
No mar de pontadas
Com uma faca na mão
Sonhando com essas estradas
Ferido coração!

E então vamos ficando
E então vamos chorando
Chorar por cada mau olhar
Chorar e ver mais um dedo a apontar.

Porque será que somos nós?
Somos assim tão diferentes?
Nós também temos saber!
E estrelas cadentes?
Nós também as podemos ter!
É só olhar para dentro
É só parar para ver!

Somos excluídos por um mar
Que tem medo
Medo de sabermos escalar,
Escalar e conseguir guiar
A estrada de um sonho
Um sonho que nunca irá acabar.
Um Velho
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do coração
Olhar triste e cansado procurava alguém
Na telefonia tocava uma velha canção.
As pessoas passam a seu lado e olham com desdém
Todos fogem de si para não ver,

A imagem de uma solidão que irão viver
Quando forem como ele,
Um velho sentado no jardim!


Passam os dias e sente que é um perdedor

Já não consegue saber o que tem valor

O seu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dar lugar a outro no seu banco de jardim

Olhar triste e cansado procurava alguém

Mas todos fogem de si para não ver

E todos lhe olham com desdém,

Pois ele mostra a imagem todos irão viver
Quando forem como ele,
Um velho sentado no jardim!
Alguém que vive na rua



De todos os caminhos que a vida nos deu
No pior deles ele viveu
E não creio que de facto
Ele o escolheu...

Roupas surrentas, pés quase sempre no chão
Não tinha identidade
E sem ter um caminho certo
Vagabundeava pela cidade...

A sua pele de frio ardia
O seu estômago de fome doía
Mas o seu coração insistia e batia
E sem rumo e sem destino, ele sofria...
Ele vivia...

Sofreu amarguras, foi enxotado e humilhado
No seu rosto o olhar cansado
Já sem esperanças...desanimado
Pois foi por poucos ajudado...

Como ele suportava viver o seu dia-a-dia?
Se quando entardecia...sem ter moradia
Entre jornais e papelões...ele adormecia!

Teve um dia uma família? Era um ser humano!
Mas da maneira que viveu, até disso se esqueceu
Sofria...possuía sentimentos
Afinal...era composto como eu...

Afinal porque viveu assim?
Seria destino, karma ou fraqueza?
Hoje é admirado pela nobreza
Seja quem tivestes sido
Vivesse na pobreza e sem ter sido sua escolha
Hoje é cortado como folha...

A toda a sociedade
Que não conseguiu olhar
Que por muitas vezes o chegou a desrespeitar
E é a essa mesma sociedade que hoje ele vem ajudar
É uma história de força
Para sempre admirar!